Redução da produção de lixo é alternativa da permacultura para cidades da região

 
    Francine Marcondes
    
    Um dos maiores problemas no Alto Tietê é a quantidade de lixo produzido pela população. A região produz aproximadamente 743,5 toneladas de lixo por dia e existem apenas dois aterros sanitários que recebem o lixo das cidades. O Aterro Pajoan, localizado em Itaquaquecetuba, que apesar de ter autorização da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB) opera de forma inadequada. E o Aterro Anaconda, que fica em Santa Isabel mesmo operando de forma regular, terá sua capacidade esgotada em pouco tempo, já que recebe mais toneladas/dia do que suporta.
    Na teoria, um aterro sanitário deve abrigar resíduos sólidos, atendendo as normas legais e critérios ambientais para o combate à poluição do solo. Mas, na prática isso não acontece e enquanto os líderes dos municípios buscam alternativas caras e inovadoras, a produção de lixo só aumenta. O que esses líderes e a maioria da população têm em comum? A culpa e a carga pesada que todos os malefícios que a falta de planejamento e conhecimento acarretam.
    Em algumas comunidades do Brasil, onde há prática da permacultura, como no Instituto de Permacultura e Ecovilas da Mata Atlântica (IPEMA), por exemplo, a emissão de lixo é zero. Essa alternativa sustentável traz uma solução viável para a redução da quantidade de lixo produzido.
    Por mais que, ultimamente, seu conceito esteja ficando cada vez mais popular, a permacultura ainda é pouco usada, citada ou pensada como solução de grandes problemas, como o lixo nas cidades. Mas tratar de uma área mais globalizada, também inclui algumas aplicações dessa cultura permanente. "Você pode fazer em qualquer tipo de área ou construção: pode ser uma vila ou até mesmo uma cidade. O principal são as pessoas quererem participar desse planejamento sustentável, porque requer mais tempo e cuidados do que dinheiro", explica Marcelo Bueno, fundador do IPEMA.
    Permacultores como Marcelo ainda dão algumas dicas para a redução da produção de lixo. Rafael, engenheiro Ambiental diz que além da reciclagem de materiais que são transformados em um novo produto, também há que se lembrar do consumo consciente e comprar somente aquilo que for realmente necessário, sem exageros e desperdícios. Outro modo de evitar o desperdício de alimentos é a compostagem, já que o homem a utiliza para controlar o processo biológico dos microorganismos ao transformarem a matéria orgânica em um composto, que pode ser utilizado como adubo para as plantas.
    Com isso, esses materiais não vão para o aterro e ao menos uma parte do problema na região do Alto Tietê é resolvido, contribuindo para a relação entre homem e natureza, sem gastos exorbitantes.